Intelectuais debatem miscigenação e brasilidade
na Câmara Municipal de Embu das Artes
A miscigenação,
acompanhado do sentimento de brasilidade, ainda precisa aflorarem nosso povo. A
“terra das artes” é pioneira em criar o “Dia da Miscigenação”, de autoria do
Vereador Pedro Valdir Amaro Gurgel (PSD).
Intelectuais, políticos, sindicalistas,
professores e artistas populares prestigiaram o “1º Encontro sobre a
Miscigenação Brasilidade – A Identidade do Povo Brasileiro”, promovido pelo
Movimento em Marcha (MM), no último sábado (24 de outubro), na Câmara Municipal
de Embu das Artes. Francisco Amaro Gurgel Filho, líder do MM; a professora
Lurdinha Rodrigues, sua esposa; e o vereador Pedro Valdir Amaro Gurgel (PSD), autor
da lei do “Dia da Miscigenação” em Embu das Artes (Lei municipal nº 64/2013),
formaram a mesa oficial dos trabalhos.
O
ex-deputado Luiz Cláudio Marcolino(PT), autor da “lei da Miscigenação” no
Estado de São Paulo (lei estadual nº 15.420)não pode comparecer, em viagem pelo
exterior. Desta forma, o heroico povo brasileiro deixa de reverenciar apenas a
Natureza como valores nacionais, sendo lembrado no dia 20 de outubro de todos
os anos. O evento fez parte das comemorações do 10º aniversário de fundação doMM.
Resgate
da identidade
Segundo
Amaro Gurgel, coordenador dos trabalhos, o tema o mobiliza desde menino. Porém,
nos anos 1970/80, não havia espaço para este debate no País. Amaro quase
desistiu da empreitada. “O povo miscigenado se esquece de sua essência, nós resistimos
a dar valor à nossa identidade enquanto povo”.Amaro mudou de ideia ao conhecer
Lurdinha Rodrigues, nos anos 90, sua esposa, que lhe deu forças para erguer sua
obra redentora: o autoconhecimento e o resgate da identidade cultural do povo
brasileiro.
“O
aflorar da descoberta da consciência miscigenada é a filosofia do MM na sagrada
missão de elevar o povo brasileiro a seu grandioso papel na História”,
discursou Amaro. Lurdinha ressaltou a importância da educação neste processo
evolutivo. “Todos sabemos que somos um povo novo, formado pela mistura de três
raças valorosas, os corajosos índios, os estoicos negros e os bravos e
sentimentais lusitanos”, referendou o professor da Uniesp Samuel Alves dos
Santos, em sua palestra.
Imagem
falsa
“Quem
ignora que da mestiçagem nasceu o samba, no qual se exprimem a energia índia, o
ritmo negro e a melancolia portuguesa? Quem não sabe que a mestiçagem é
responsável pela nossa ginga, inconfundível marca dos campeões de futebol? Há,
assim, a crença generalizada de que o Brasil é um ‘dom de Deus e da Natureza,
um povo pacífico, ordeiro e generoso, alegre e sensual, mesmo quando sofredor e
praticando a mestiçagem como padrão fortificador da raça”.
O
músico e artesão William Max (“Boca”), do projeto Sarau Artesanal, cantou o
“rap da miscigenação”, acompanhado pelo público. “Miscigenação, antídoto contra
o racismo”, foi o mote do encontro. Shinji Yonamine, embaixador da Boa Vontade
e palestrante sobre as tradições de Okinawa, japonês de terceira geração no
Brasil, discorreu sobre o “abrasileiramento” que os orientais experimentam no
Brasil.
Toque original
Daniel
Santos, presidente do Instituto Brasilidade, exaltou o desabrochar de uma nova
consciência em nosso povo. Por fim, Luís Avelima, músico, poeta, jornalista e
escritor, diretor do Memorial da América Latina (convidado pelo cineasta João
Batista de Andrade, presidente do Memorial), destacou o toque original do livro
“Mensageiros da Miscigenação”, de Amaro Gurgel. “Principalmente quando mostra
que o Brasil deixou de ser um aglomerado de raças. A língua portuguesa fala no
Brasil é uma poesia. O Brasil é diferente de tudo. E quem nega a riqueza
musical da negritude? ”, formulou ex-editor de cultura do jornal “Voz da Unidade”
(PCB), nos “anos de chumbo”. O intelectual abordou a influência do colonialismo
americano na consciência nacional. “O personagem Zé Carioca, criação de Walt
Disney, como parte da política de boa vizinhança dos EUA com os países da
América Latina, após a 2ª Guerra Mundial (1939-45), ajudou a formar a imagem de
malandragem do brasileiro”.
Compareceram
ao evento, entre outros: Leon Gurgel, Diretor
da Federação Frente Paulista de Habitação; Carlos Fernandes,
presidente do Diretório Municipal do PPS; Paulo Mori, do PHS de Taboão da
Serra; Coronel Arruda e Alberto Vidal, representantes do Deputado Coronel
Camilo; Antônio Almeida, secretário geral da CUT; Zé Torin, ex-vereador;
Alexandre Almeida (Sintraadete); Marisa Araújo, do Conselho de Igualdade Racial
de Embu das Artes.; Dolírio Lamônica, chefe de gabinete do vereador Pedro
Valdir Amaro Gurgel; Sinésio Gobbo, assessor parlamentar; Adriana Cardoso;
Paula, do Sindicato de Trabalhadores; Ademir Mota e Greg Barboza, da UJB.
Vereador Pedro Valdir com Donay Neto e sua filha Sophia |
Coronel Arruda, vereador Pedro Valdir e seu sobrinho Artur Gurgel |
Da esquerda para a direita: Coronel Arruda; Dolírio Lamôno, Alberto Vidal e vereador Pedro Valdir |
Coronel Arruda, vereador Pedro Valdir e Alberto Vidal |
William Max (Boca), do projeto Sarau Artesanal |
Da direita para a esquerda: Leon Gurgel, Higor Mattos, Claudio Fernandes Vieira e Leandro Carvalho |
Coronel Arruda e vereador Pedro Valdir |
Higor Mattos, Leon Gurgel e Leandro Carvalho |
Lideranças da mesa Professora Lurdinha Rodrigues; Dr. Francisco Amaro Gurgel Filho, líder do Movimento em Marcha (MM); Vereador Pedro Valdir autor da lei "Dia da Miscigenação" em Embu das Artes. |
Coronel Arruda, vereador Pedro Valdir e Alberto Vidal |
Dr. Samuel Santos. |
Julio Gurgel, Janete Faria e vereador Pedro Valdir Amaro Gurgel |
Leandro Carvalho, Claudio Fernandes Vieira e Higor Mattos |
Coronel Arruda |
(Texto: João Teixeira)
Fotos: Tatiane Helena Dias
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