segunda-feira, 26 de outubro de 2015

1° ENCONTRO SOBRE MISCIGENAÇÃO E BRASILIDADE

Intelectuais debatem miscigenação e brasilidade
na Câmara Municipal de Embu das Artes

            A miscigenação, acompanhado do sentimento de brasilidade, ainda precisa aflorarem nosso povo. A “terra das artes” é pioneira em criar o “Dia da Miscigenação”, de autoria do Vereador Pedro Valdir Amaro Gurgel (PSD).

            Intelectuais, políticos, sindicalistas, professores e artistas populares prestigiaram o “1º Encontro sobre a Miscigenação Brasilidade – A Identidade do Povo Brasileiro”, promovido pelo Movimento em Marcha (MM), no último sábado (24 de outubro), na Câmara Municipal de Embu das Artes. Francisco Amaro Gurgel Filho, líder do MM; a professora Lurdinha Rodrigues, sua esposa; e o vereador Pedro Valdir Amaro Gurgel (PSD), autor da lei do “Dia da Miscigenação” em Embu das Artes (Lei municipal nº 64/2013), formaram a mesa oficial dos trabalhos.
            O ex-deputado Luiz Cláudio Marcolino(PT), autor da “lei da Miscigenação” no Estado de São Paulo (lei estadual nº 15.420)não pode comparecer, em viagem pelo exterior. Desta forma, o heroico povo brasileiro deixa de reverenciar apenas a Natureza como valores nacionais, sendo lembrado no dia 20 de outubro de todos os anos. O evento fez parte das comemorações do 10º aniversário de fundação doMM.
           
            Resgate da identidade
            Segundo Amaro Gurgel, coordenador dos trabalhos, o tema o mobiliza desde menino. Porém, nos anos 1970/80, não havia espaço para este debate no País. Amaro quase desistiu da empreitada. “O povo miscigenado se esquece de sua essência, nós resistimos a dar valor à nossa identidade enquanto povo”.Amaro mudou de ideia ao conhecer Lurdinha Rodrigues, nos anos 90, sua esposa, que lhe deu forças para erguer sua obra redentora: o autoconhecimento e o resgate da identidade cultural do povo brasileiro.
            “O aflorar da descoberta da consciência miscigenada é a filosofia do MM na sagrada missão de elevar o povo brasileiro a seu grandioso papel na História”, discursou Amaro. Lurdinha ressaltou a importância da educação neste processo evolutivo. “Todos sabemos que somos um povo novo, formado pela mistura de três raças valorosas, os corajosos índios, os estoicos negros e os bravos e sentimentais lusitanos”, referendou o professor da Uniesp Samuel Alves dos Santos, em sua palestra.
            Imagem falsa
            “Quem ignora que da mestiçagem nasceu o samba, no qual se exprimem a energia índia, o ritmo negro e a melancolia portuguesa? Quem não sabe que a mestiçagem é responsável pela nossa ginga, inconfundível marca dos campeões de futebol? Há, assim, a crença generalizada de que o Brasil é um ‘dom de Deus e da Natureza, um povo pacífico, ordeiro e generoso, alegre e sensual, mesmo quando sofredor e praticando a mestiçagem como padrão fortificador da raça”. 
            O músico e artesão William Max (“Boca”), do projeto Sarau Artesanal, cantou o “rap da miscigenação”, acompanhado pelo público. “Miscigenação, antídoto contra o racismo”, foi o mote do encontro. Shinji Yonamine, embaixador da Boa Vontade e palestrante sobre as tradições de Okinawa, japonês de terceira geração no Brasil, discorreu sobre o “abrasileiramento” que os orientais experimentam no Brasil.
           
            Toque original
            Daniel Santos, presidente do Instituto Brasilidade, exaltou o desabrochar de uma nova consciência em nosso povo. Por fim, Luís Avelima, músico, poeta, jornalista e escritor, diretor do Memorial da América Latina (convidado pelo cineasta João Batista de Andrade, presidente do Memorial), destacou o toque original do livro “Mensageiros da Miscigenação”, de Amaro Gurgel. “Principalmente quando mostra que o Brasil deixou de ser um aglomerado de raças. A língua portuguesa fala no Brasil é uma poesia. O Brasil é diferente de tudo. E quem nega a riqueza musical da negritude? ”, formulou ex-editor de cultura do jornal “Voz da Unidade” (PCB), nos “anos de chumbo”. O intelectual abordou a influência do colonialismo americano na consciência nacional. “O personagem Zé Carioca, criação de Walt Disney, como parte da política de boa vizinhança dos EUA com os países da América Latina, após a 2ª Guerra Mundial (1939-45), ajudou a formar a imagem de malandragem do brasileiro”.
            Compareceram ao evento, entre outros: Leon Gurgel, Diretor da Federação Frente Paulista de Habitação; Carlos Fernandes, presidente do Diretório Municipal do PPS; Paulo Mori, do PHS de Taboão da Serra; Coronel Arruda e Alberto Vidal, representantes do Deputado Coronel Camilo; Antônio Almeida, secretário geral da CUT; Zé Torin, ex-vereador; Alexandre Almeida (Sintraadete); Marisa Araújo, do Conselho de Igualdade Racial de Embu das Artes.; Dolírio Lamônica, chefe de gabinete do vereador Pedro Valdir Amaro Gurgel; Sinésio Gobbo, assessor parlamentar; Adriana Cardoso; Paula, do Sindicato de Trabalhadores; Ademir Mota e Greg Barboza, da UJB. 
           
                        



Vereador Pedro Valdir com Donay Neto e sua filha Sophia

Coronel Arruda, vereador Pedro Valdir e seu sobrinho Artur Gurgel

Da esquerda para a direita:
Coronel Arruda; Dolírio Lamôno, Alberto Vidal e vereador Pedro Valdir

Coronel Arruda, vereador Pedro Valdir e Alberto Vidal

William Max (Boca), do projeto Sarau Artesanal
Da direita para a esquerda:
Leon Gurgel, Higor Mattos, Claudio Fernandes Vieira e Leandro Carvalho

Coronel Arruda e vereador Pedro Valdir



Higor Mattos, Leon Gurgel e Leandro Carvalho


Lideranças da mesa
Professora Lurdinha Rodrigues;
Dr. Francisco Amaro Gurgel Filho, líder do Movimento em Marcha (MM);
Vereador Pedro Valdir autor da lei  "Dia da Miscigenação"  em Embu das Artes. 







Coronel Arruda, vereador Pedro Valdir e Alberto Vidal

Dr. Samuel Santos.


Julio Gurgel, Janete Faria e vereador Pedro Valdir Amaro Gurgel


Leandro Carvalho, Claudio Fernandes Vieira e Higor Mattos

Coronel Arruda


(Texto: João Teixeira)
Fotos: Tatiane Helena Dias 

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